quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

A História da Reforma Religiosa na Inglaterra

  1. É impossível de dizer quando o Cristianismo chegou na Inglaterra


  2. Mas há evidencias de que os bispos ingleses participaram no Concílio de Arles (AD. 314), e de Ariminium (359), de que, naquela época, existia uma Igreja organizada


  3. O nome da Igreja que existia antes da chegada de Santo Agostinho de Roma (596-7) , era IGREJA CELTA. Sua fundação na Inglaterra é considerada no Século II ou III, pelos missionários de Roma ou Gaules. E com a chegada de S. Agostinho, a Igreja Celta foi obrigada a submeter à Roma no Sínodo de Whitby (664). Mas algumas Igrejas Celtas permaneceram independente por muitos anos em Weles, Ireland e Scotland. (As diferenças foram a administração de mosteiro e outras pequenas coisas como a data de Páscoa, etc.)


  4. No século XI, o Rei William , normando, conquistou a Inglaterra sob a benção do Papa Gregório VII. E exatamente, nesta época na Europa, começou o conflito entre o poder civil e o poder eclesiástico. Especialmente o problema de investidura dos bispos, de imposto eclesiástico e de posse da terra da Igreja, e de imposto para Igreja


  5. O Papa Gregório VII quis estabelecer a superioridade da Igreja diante do poder civil , a reforma dos mosteiros, a elevação do nivel dos ministros ordenados. Sabendo a intenção de Papa, o Rei William quis dominar a Inglaterra civil e eclesiasticamente considerando-o como o rei e chefe da Igreja da Inglaterra. Ele recusou a interferência do Papa para nomeação de bispos e abades. Tambem ele recusou a excomunhão dos clérigos e leigos da Igreja e a entrada da Carta Papal e a saída dos bispos da Inglaterra sem seu consentimento. E esta liberdade do rei na Inglaterra foi uma das justificações da separação de Roma no Século XVI


  6. Quando Anselmo foi nomeado como o Arcebispo de Cantuária pelo Rei Rufus (filho de Rei William), tentou-se estabelecer a supremacia Papal na Inglaterra. Mas ele enfrentou grande resistência do Rei e dos bispos ingleses que apoiaram o Rei Rufus. E Anselmo foi obrigado exilar em Roma duas vezes


  7. Também houve grande conflito entre o Rei Henrique II e o Arcebispo Thomas Becket que causou a morte trágica dele. Inicialmente, Becket recebeu a grande confiança do Rei Henrique II e defendeu o reinado, de influência da igreja. Mas quando ele foi nomeado como arcebispo de Cantuária em 1162, ele mudou radicalmente e começou insistir na supremacia de Papado e a independência da igreja, do reinado. Em 1164, O Rei Henrique II oficializou o acordo entre o reinado e a igreja, formulado pelo Henrique I, como a Constituição de Clarendon. Dentro desta Constituição, foram proibidos: apelo ao Papa e saída dos ministros ordenados ao exterior sem o consentimento do rei. Os ministros ordenados condenados na Corte Eclesiástica, devem ser julgados na Corte civil. Becket foi, naturalmente, contra esta Constituição e começou a luta entre Rei e Becket (esta constituição permaneceu até 1827)


  8. É evidente que o abade e o bispo na Idade Media tinham funções bem diferentes de hoje. Eles foram não somente os lideres espirituais e também foram os diplomatas, funcionários públicos altos, lideres militares ou juízes. Eles tinham os poderes de cobrar os impostos e julgar as pessoas e mover ações militares nos seus territórios (43º Arcebispo de Cantuaria Hubert Walter (1193-1205) participou na Terceira Cruzada e foi grande lider militar. Os episcopados foram dados como recompensa de sua fidelidade ao rei


  9. No século XV, John Wycliffe deu grande influência à Igreja na Inglaterra criticando: a autoridade Papal, grande bens eclesiástico, peregrinação, imagens, reverências aos restos mortais dos Santos etc. Nesta época, os bispos e abades eram grande fazendeiros e viviam como nobres e receberam grandes críticas das pessoas humildes da época. E os comerciantes tinham grandes interesses no comercio exclusivo dos mosteiros e conventos


  10. Após a morte trágica de Becket, a supremacia do Papado foi estabelecida na Inglaterra. Há cerca de 400 anos, até a época da Reforma Religiosa, ninguém duvidava da supremacia do Papa diante do Rei na Inglaterra. Portanto a Reforma Religiosa na Inglaterra pode ser interpretada como a recuperação da supremacia do rei diante do Papado, separando não somente religiosamente, mas também , politica, jurídica, e economicamente de Roma. A grande diferença da Reforma Religiosa inglesa comparando com a Reforma religiosa Europeia, é a participacao do congresso. Todas as reformas religiosas por Henrique XIII, Eduardo VI e Rainha Maria foram executadas legalmente com a aprovação do congresso. Portanto, a característica da reforma religiosa inglesa foi uma ação do pais


  11. O estabelecimento da supremacia do rei na Inglaterra foi realizado pela anulação do casamento de Henrique VIII. O que Henrique VIII pediu à Clement VII foi uma declaração do Papa, confirmando que o casamento entre Henrique VIII e a viúva de seu irmão Artur nao existia desde o começo conforme a proibição de Levítico 18:16. Em 1527, Henrique oficializou seu o pedido à Clement VII. E no mesmo ano, 6 de maio, o exército espanhol invadiu a cidade de Roma e ocupou a cidade. E consequentemente, o Papa Clement VII ficou sob o olhar de vigilância do Rei espanhol Carlos V. E ele nãoo tinha a condição de prejudicar a tia Catarina do Rei Carlos V. Clement VII concordou em enviar seu embaixador especial à Inglaterra para examinar o caso. Mas o corte promovido pelo embaixador Papal encerrou sua atividade sem dar nenhuma decisão, em 22/07/1529. Neste momento, Henrique VIII desistiu de solucionar seu problema pela autoridade Papal e começou a procurar solução no Congresso através da legalização do caso. Em 1529, o congresso começou a discutir as reformas. Mas no início de 3 anos, nao houve progresso. Mas quando Thomas Cromwell começou a ter sua liderança no Congresso, o congresso legalizou muitas leis contra o domínio romano na Inglaterra. Em 1532 o Congresso tirou o poder legislativo do Sínodo da Igreja e declarou que o rei é o chefe da Igreja inglesa. Em 1533, o Congresso proibiu o direito de apelo à Corte Papal de Roma. E no mesmo ano, Thomas Cranmer tornou-se o Arcebispo de Cantuária e anulou o casamento entre Henrique VIII e Catarina e validou o casamento entre Henrique e Ana. Em 1534, o Congresso decretou a "Lei de Supremacia do Rei" e declarou que a Inglaterra é um pais independente e não recebe nenhuma influência da autoridade externa e o Rei da Inglaterra é o chefe de estado e ao mesmo tempo o chefe supremo da Igreja da Inglaterra na terra (Supreme Head on earth of the Church of England). Com isso, todo poder administrativo, jurídico e fiscal na Inglaterra passou às mãos do Rei. Mas Henrique nao quis se meter no assunto da igreja, como sermão, o sacramento, excomunhão etc. Em 1537, Henrique VIII autorizou a tradução da Biblia em inglês atendendo aos pedidos de Thomas Cromwell e Thomas Cranmer


  12. Em 28/01/1547, Henrique VIII morreu e Eduardo VI sucedeu o reinado. E o Arcebispo Cranmer começou, livremente, a reforma na Igreja. O Congresso aprovou a Lei da Uniformidade do Culto e foi publicado o primeiro Livro de Oração Comum, em 21/01/1549. O objetivo do primeiro LOC foi estabelecer a uniformidade do culto no pais e excluir os elementos nao bíblicos do culto, apesar que nao negar a tradição católica (universal)


  13. Em abril de 1552, o Congresso aprovou a Segunda Lei da Uniformidade do Culto e determinou o uso de novo LOC a parir do Dia de Todos os Santos. Comparando com o primeiro LOC, este LOC foi mais protestante, iluminando os usos das expressões como "Missa", "Altar", "Sacrifício" e enfatizou a Igreja inglesa como Igreja Nacional. Tambem, proibiu os costumes, gestos, paramentos e ornamentação no altar ligados à Igreja Romana


  14. Em 1552, o Congresso decretou os "42 Artigos", sob a orientação de Arcebispo Cranmer. Ele quis excluir as crenças medievais (não bíblicas) e ao mesmo tempo quis preservar a Igreja inglesa na crença católica (universal). Portanto, os 42 Artigos não são um Credo da Igreja inglesa


  15. Em julho de 1553, a Rainha Maria I sucedeu o reinado pela morte do Rei Eduardo VI. E ela revogou a "Lei de Supremacia do Rei", e a "Lei da Uniformidade do Culto", e determinou a volta da Igreja inglesa para a Igreja Romana. Para isso, ela, primeiramente, queimaram os lideres religiosos como o Arcebispo Cranmer e outros, acusando-os como os hereges


  16. Em 17/11/1558, a Rainha Elizabeth I sucedeu o reinado pela morte de Maria I. E em 28 de abril de 1559, o Congresso, novamente, aprovou a "Lei de Supremacia do Rei" e a "Lei da Uniformidade do Culto". Elizabeth I rejeitou o extremo do protestantismo e catolicismo romano e procurou a terceira opção, chamada "a solução religiosa de Elizabeth". Assim, definitivamente, surgiu a Igreja Inglesa estabelecida pela Lei Nacional. Elizabeth nao quis usar a expressão de "Chefe supremo da Igreja na terra" e usou a expressão "Governador supremo da Igreja na Inglaterra". Através de novas leis, Elizabeth I obrigou os ministros ordenados para usar obrigatoriamente os parâmentos clericais. E com a aprovação do Congresso, ela publicou o Terceiro LOC que é mais voltado ao Primeiro LOC. Elizabeth I tomou sua atitude moderada aos católicos romanos nos primeiros 10 anos de reinado. Portanto, cerca de 200 sacerdotes dentro de 8 mil deixaram a Igreja rejeitando as novas Leis. Sucedendo o ultimo Arcebispo romano de Cantuária, Reginald Pule, Matthew Parker , em 1559, tornou-se o Arcebispo de Cantuária, pelos 4 bispos no Palacio de Lambeth, utilizando o Rito do LOC de 1552


  17. Em 1563, o Sínodo aprovou os 39 Artigos (na época da Rainha Maria I, os 42 Artigos foram revogados), modificando, parcialmente, os 42 Artigos. Em 1570, o Congresso aprovou os 39 Artigos como o princípio que todos os ministros ordenados, universitários e os funcionários públicos devem concordá-los ( esta Lei permaneceu até o inicio do Século XIV). Os 39 Artigos esclareceram a posição doutrinal da Igreja Anglicana diante da Igreja Romana e da Igreja Protestante. E eles deram as grandes influências à Comunhão Anglicana, mas eles não foram as confissões da fé como o Credo Niceno ou o Credo Apostólico. Quando os leigos nao podem concordar com os 39 Artigos, eles podem continuar os membros da Igreja Anglicana.( Elizabeth I tirou o Artigo 29 mas o Sínodo, em 1571, reaprovou a inclusão do Artigo 29 e os romanistas, definitivamente, saíram da Igreja Anglicana. Desde 1865, os clérigos somente foram requisitados para confirmar que o LOC contém todas as doutrinas da Igreja Anglicana e não pode ensinar contrariando os Artigos 39)


  18. Em 1570, o Papa Pio V publicou a Bula Regnans in excelsis e excomungou Elizabeth I e aqui houve a separação definitiva da Igreja Romana


  19. A teologia do Episcopado da Igreja Anglicana foi estabelecida pelos reformadores anglicanos no Século XVI: Os reformadores pensaram que nos separamos de Roma mas nunca nos separamos da Igreja de Jesus Cristo, que o Episcopado é único e o Papado somente faz a parte deste episcopado, e também, defenderam que antigamente, a Igreja de Roma transmitiu corretamente o Evangelho.O Arcebispo de Cantuária, John Whitgift (1583-1604), considerou que o Episcopado faz a parte essencial da Igreja universal como a maneira da administração da Igreja, mas nao considerou que a Igreja sem Episcopado não pode dar a salvação e considerou que o Episcopado não é esse da Igreja ou a condição para obter a salvação. R.Hooker dividiu a igreja visível e invisível e definiu a igreja visível como a igreja que possui o sinal de único Senhor, único Batismo, única fé e a igreja invisível é conhecida somente por Deus. E ele defendeu que a Reforma religiosa não significa a separação da igreja visível e a Igreja Anglicana continua sendo a parte da uma igreja católica e a Igreja Romana e a Igreja Anglicana fazem as partes da uma Igreja católica visível. A Igreja cria a ordem eclesiástica e governa-a e a ordem eclesiástica nao cria a Igreja. O episcopado tem sua origem na Biblia e ele representaria diante da Igreja como o sucessor dos apóstolos. Pela fé, os apóstolos nao tem os sucessores, mas administrativamente possuem os sucessores. Mas o episcopado está abaixo da Igreja e a Igreja pode tirá-lo. Também, como exceção, pode existir a igreja sem episcopado


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